domingo, abril 20, 2008

Voltando a escrever

Eu acredito que sempre tenho as melhores idéias quando estou naquele período em que não estou nem completamente acordade e nem dormindo. Ou eu só acho isso porque estou quase dormindo e aí tudo me parece genial. De qualquer jeito, minha última boa idéia foi escrever em um blog para treinar a minha escrita.
Eu sempre gostei de escrever. Ou pelo menos desde que eu tenho uns 12 anos e comecei a gostar muito de livros também me interessei por contar minhas próprias histórias. E foi exatamente porque escrever era legal que eu decidi ser jornalista. Ironicamente, de uns tempos pra cá, escrever virou a coisa mais difícil do mundo. Sempre parece que estou cansada, com preguiça, desempolgada ou dispersa demais pra isso. Um texto que antes tomaria meia hora, hoje leva pelo menos umas três pra ficar pronto - e ainda assim, mal feito. Parece que eu simplesmente perdi o dom ou fritei meu cérebro em álcool, mas a coisa simplesmente não sai.
Eu pensei em milhões de razões pra tentar explicar isso. Talvezo, porque não estou mais trabalhando com jornalismo o tempo todo e aí perdi a prática. Ou então isso pode ter a ver com o fato de que há mais de um ano eu não leio nenhum livro em português. Também já tentei culpar o laptop (porque o teclado não é bom e fica numa altura ruim), a cadeira que é no chão (e aí eu não consigo ficar com as pernas confortáveis), a luz da minha casa (que nunca parece suficientemente clara)...
Mas, não importa qual seja a razão do meu facasso, o fato é um só: eu preciso voltar a escrever. Ou isso, ou eu vou morrer de fome quando voltar para o Brasil e precisar achar um emprego. Então, a partir de hoje vou tentar escrever o máximo possível, sobre todos os assuntos. Vamos ver no que dá. Se a prática não me ajudar a recuperar o talento, vai ter chegado a hora de procurar uma nova profissão. Ou então eu desisto de ser jornalista de mídia impressa, faço um tratamento no fonoaudiólogo, uma lipoaspiração e vou tentar a carreira na televisão.

terça-feira, outubro 25, 2005

Nuvem ruim

Depois do Tim Festival eu estava num humor bom. O mundo parecia melhor. E aí, de repente, a nuvem de coisas ruins volta pra cima de mim.
Acordo à noite com todos os sentimentos ruins, como que delirando, e é tudo estranho.
E tem horas que morrer parece a coisa mais fácil a se fazer. Porque o resto todo é complicado demais. Difícil demais. Preciso de ar.

segunda-feira, outubro 17, 2005

Medo

Nunca fui medrosa, na verdade, sempre tive orgulho de dizer que não tinha medo de nada. Mas agora tenho medo de tudo. Tenho medo de pegar o telefone, de falar com minha mãe, pegar o carro pra ir trabalhar. Tudo parece assustador. Mas por enquanto consigo me esforçar e fazer. Tenho medo de que chegue uma hora em que não consiga mais...

domingo, outubro 16, 2005

As tardes de domingo

A melancolia voltou com tudo. Quero chorar. Quero me mexer, mas não consigo. Queria que alguma coisa fizesse isso passar, mas parece que nada pode ajudar. E os domingos são ainda piores que todos os outros dias.

"Contudo, no final, foram as tardes de domingo que se tornaram insuportáveis: aquela terrível sensação de não ter absolutamente nada para fazer qeu se instala em torno das 14h55, quando você sabe que já tomou um número mais que razoável de banhos naquele dia, quando sabe que, por mais que tente se concentrar nos artigos dos jornais, você nunca conseguiria lê-los nem colocar em prática a nova e revlucionária técnica de jardinagem qeu eles descrevem, e quando sabe que, enquanto olha para o relógio, os ponteiros se movem impiedosamente em direção às 16 horas e logo você entrará no longo e sombrio entardecer da alma."

Segundo Douglas Adams, é o que fez Wowbagger, o Infinitamente Prolongado achar a imortalidade um saco.

quinta-feira, outubro 13, 2005

Sonho maluco

Eu estava em uma cidade que não sei onde é, mas com as pessoas que conheço. E de repente surge uma “nuvem de fantasmas”. Era como uma nuvem cinzenta, com vários rostos nela (meio como no Inu-Yasha, quando tinha um monstro que absorvia as pessoas). Essa nuvem ia passando e sugando a alma de todos que estavam no caminho. De repente, alguém descobre que só não é sugado quem está envolto em metal. Descobrem isso pq um garoto que estava na parte debaixo de um carrinho de supermercado sobrevive. Então, todos começam a procurar abrigos em que há metal (tinha uma cozinha tipo industrial e minha mãe falava que a gente podia se esconder embaixo do balcão). Outra forma de se safar era ficar envolto em corda de nylon, mas eram preciso 5 voltas. Eu ligava pro meu pai e ele não acreditava em mim, mas eu fazia ele prometer que ia se enrolar e enrolar minha irmã em fio de nylon. E aí, eu entrava num prédio e via o avô e a mãe do Thiago e descobria que ele estava doente, de cama, não me lembro exatamente o que tinha acontecido com ele. Mas sei que aí eu ficava do lado dele e dizia que ia tomar conta dele e fazia um abrigo de metal para ele se esconder.
Também tinha um bar, desses com todos na rua, que estava fazendo placas com fios de nylon para colocar em volta dele, assim, todos os clientes poderiam assistir ao jogo da seleção no bar sem preocupação. E eu continuava andando, passava o bar, e de repente estava num tipo de feira. E aí chegava a nuvem. Eu entrava embaixo de um latão de alumínio. A nuvem passava, eu estava viva, mas muita gente em volta de mim tinha morrido.

terça-feira, outubro 11, 2005

Será que funcionou?

Faz três dias que parece que me sinto melhor. Será que o Hypericum é mesmo bom? Tomara. E tomara que seja só o começo da remissão. Mas também pode ser só a endorfina dos dois primeiros dias de endorfina. Vamos ver. Estou esperançosa.

domingo, outubro 02, 2005

Bula

Estou com medo do remédio. O médico não me perguntou se estou tomando alguma coisa e nem mandou eu parar de tomar o Hyperculum se fosse começar com o Lexapro. Definitivamente, preciso de outro médico. Olha só algumas das coisas que diz a bula do remédio:

Erva de São João (hypericum perforatum) ? o uso associado ao LEXAPRO® pode aumentar o risco de efeitos adversos

LEXAPRO® não potencializa os efeitos do álcool. Apesar de não haver interação, recomenda-se não ingerir álcool durante o tratamento com LEXAPRO®.

O efeito adverso mais comum com o uso do LEXAPRO® é o enjôo, que na maioria dos casos desaparece até o final das duas primeiras semanas de uso.

Outros efeitos adversos possíveis com o uso do LEXAPRO® são: sinusite (nariz congestionado ou com coriza), diminuição do apetite, dificuldade para adormecer, sonolência, tonturas, bocejos, diarréia, constipação intestinal, sudorese aumentada, perturbações sexuais (demora na ejaculação, problemas de ereção, diminuição da libido; mulheres podem ter dificuldade em atingir orgasmo), cansaço, febre.

Analisando o Hypericum Perforatum

Uma semana e alguns dias de Hypericum e eu não sei se ele realmente está ajudando ou se mais atrapalhou. Estou fazendo tudo errado. Hoje quis brigar com todo mundo, não queria falar com ninguém, tratei mal a minha família, chorei muito, me entupi de comida.
Será que isso é só efeito da depressão ou o remédio está me piorando em vez de melhorar? Ele me deixa com tanto sono que parece que toda a minha energia foi sugada. E, segundo o médico, isso só vai fazer efeito daqui um mês. Tempo demais...
O que fazer? Desistir dele e partir logo pro Lexapro? Continuar tentando e depois pedir desculpas por tudo de ruim que estou fazendo? Não sei dizer...
Estou perdida. E triste. E sendo uma pessoa horrível pra se conviver. E não sei mais onde buscar ajuda...